O que são células estaminais?

As células estaminais (células-mãe ou células estaminais adultas) são células indiferenciadas, que se podem auto-renovar, ser expandidas e que se podem diferenciar em diferentes tipos celulares. Existem diferentes tipos de células estaminais. Durante o desenvolvimento embrionário, estas células especializam-se através do método designado por diferenciação, originando os vários tipos de células do corpo, desde as células do músculo cardíaco, células nervosas, glóbulos vermelhos ou células da pele, ou mesmo, por exemplo, as células que fazem parte do olho. Mais tarde, no indivíduo adulto, as células estaminais limitam-se a reparar tecidos danificados e a substituir as células que vão morrendo. O exemplo mais conhecido é a substituição dos glóbulos vermelhos do nosso sangue na medula óssea vermelha. Estas células desempenham um papel crucial para a saúde e bem-estar de cada um de nós.

As células estaminais podem ser usadas em transplantes para curar doenças em que os tecidos foram perigosamente danificados.

Que tipos de células estaminais existem?

Dentro das células estaminais podemos destacar 3 tipos de células:

Totipotentes - Têm um potencial de diferenciação ilimitado, podendo originar qualquer tipo de célula e tecido;
Pluriputentes - Têm um potencial de diferenciação mais limitado, à semelhança das totipotentes conseguem originar qualquer tipo de células excepto a placenta;
Multipotentes - O seu poder de diferenciação é mais reduzido, conseguindo apenas originar células de tecidos específicos (medula óssea);
Unipotentes - Só conseguem originar um único tipo de células.

Características das células estaminais:

1. São células indiferenciadas e não especializadas;

2. Têm a capacidade de se auto-renovar, dividindo-se indefinidamente;

3. São capazes de se diferenciar (especializar) em qual quer tipo de células.

Quais as possibilidades de extracção das células estaminais?

Existe duas possibilidades de extracção das células estaminais. Podem ser adultas ou embrionárias:
Embrionárias - São encontradas no embrião humano e são classificadas como totipotentes ou pluripotentes, devido ao seu elevado poder de diferenciação celular.

Adultas - São células indiferenciadas que se encontram nos tecidos diferenciados e constituem uma reserva celular do organismo para renovar os tecidos ao longo da vida e para e para reparação dos tecidos quando ocorre uma lesão. Exemplos de células estaminais adultas: medula óssea, pele, fígado, pâncreas, sangue, tecido adiposo, ossos, gónodas.

Potencialidades na saúde

O sangue do cordão umbilical tem:


• Células estaminais mesenquimatosas - células pluripotentes.

• Células estaminais hematopoiéticas (espécie de supercélulas indiferenciadas) - células multipotentes.



• células estaminais endoteliais - células multipotentes.


Células estaminais hematopoiéticas(caracteristicas):

• mostram menor exigência em termos de compatibilidade HLA (Human Leucocyte Antigen);

• menor incidência da rejeição do transplante (quando usadas no repovoamento de medula óssea de doentes após quimioterapia e/ou radioterapia).
Futuramente, as células estaminais do sangue do cordão umbilical poderão ser aplicadas na cura de doenças cardiacas, doenças neurodegenerativas, doenças ósseas, entre outras - Medicina Regenerativa.

Como se faz a recolha das células estaminais?

Antes de o bebé nascer, os pais devem adquirir um kit, onde se encontram todos os materiais necessários para a recolha e envio do sangue, que devem levar para a maternidade.
Durante o parto deverá estar presente um elemento da equipa médica que se responsabilizará pela colheita do sangue do cordão umbilical.

No momento do parto depois de cortada a ligação do cordão umbilical ao bebé, extrai-se o sangue para um saco fornecido para o efeito, através de um processo totalmente seguro e indolor.

Como é que as células estaminais são criopreservadas no laboratório?

Primeiramente, é feito um teste bateriológico à amostra de sangue. De seguida, procede-se ao isolamento das células estaminais. Posteriormente, é realizado um exame que envolve a diferenciação de leucócitos. A qualidade da amostra é definida medindo a percentagem de células progenitoras hematopoiéticas presentes.

O armazenamento das células estaminais é feito em azoto líquido a uma temperatura de 196ºC negativos, para que toda a actividade biológica das células cesse, mantendo-as num estado latente. Para atingir este estado é fundamental que o processo de congelamento seja efectuado de modo a assegurar que a variabilidade da amostra biológica não seja comprometida. Isto porque um congelamento inadequado pode acarretar a formação de cristais de gelo que podem destruir as estruturas intracelulares de modo irreversível. Assim, é de importância crucial que o congelamento seja efectuado a um decréscimo de temperatura controlado, utilizando agentes de criopreservação que evitem a formação dos cristais de gelo. Uma criopreservação efectuada convenientemente permite conservar material biológico por tempo indeterminado.

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