Noticía do jornal i: Banco público de células estaminais com mil doações em seis meses

O Banco Público de Células Estaminais do Cordão Umbilical ultrapassou as mil amostras em seis meses de funcionamento, graças à “generosidade” dos portugueses que têm enchido este “mealheiro” de vida com hipóteses reais de tratamento, principalmente, dos cancros do sangue.


Em declarações à Agência Lusa, a directora do Centro de Histocompatibilidade do Norte, onde funciona o Banco Público de Células Estaminais do Cordão Umbilical (LusoCord), recordou que a recolha das amostras começou há cerca de seis meses.

Este banco público, o primeiro em Portugal, foi anunciado pelo primeiro-ministro, José Sócrates, a 14 de Janeiro do ano passado.

Desde então, foram realizados investimentos nas instalações do banco e a recolha das amostras começou há cerca de seis meses. Desde então, foram recolhidas cerca de mil, um número que surpreendeu Helena Alves, que esperava alcançá-lo apenas dentro de dois anos.

Segundo esta responsável, a grande divulgação do banco está a ser feita por grávidas, principalmente através da Internet.

“Temos uma consciência cívica muito boa nas mães e nos casais”, disse, ressalvando o elevado nível de informação que estas pessoas revelam sobre este serviço.

De acordo com Helena Alves, os futuros pais aparecem nos consultórios e maternidades a demonstrar saberem quase tanto ou mais do que os médicos e enfermeiros sobre o banco.

“As pessoas ouvem falar nas crianças e nos doentes que necessitam de um transplante de medula óssea, sabem que o sangue do cordão é um recurso a aplicar e a aproveitar no transplante e sabem que, não sendo aproveitado, não vai servir para nada e será um desperdício de algo que pode ser precioso e aproveitado para salvar a vida de alguém”, disse.

Por outro lado, acrescentou, ao doar o sangue do cordão umbilical, os pais marcam de uma forma importante “um período sagrado, que é o do nascimento”.

“É uma forma de contribuir para renascer alguém que está doente”, disse.

Para já, o banco está apenas a recolher amostras, mas deverá iniciar a sua distribuição ao longo deste ano, anunciou Helena Alves.

A distribuição deste material - as células estaminais que existem no sangue do cordão umbilical - será feita para receptores compatíveis.

Os doentes com os “cancros do sangue” são os principais destinatários, mas também pessoas com doenças raras e alguns tipos de anemias e casos em que a medula deixa de funcionar devido a efeitos tóxicos, como a quimioterapia.

Cada amostra tem cerca de três por cento de probabilidades de ser utilizada. São “hipóteses reais” de tratamentos com as células estaminais do cordão umbilical, ao contrário do que publicitam as empresas privadas de crioconservação, diz: “Se alguém tiver a infelicidade de precisar de ser transplantado vai recorrer ao banco público, porque as células das pessoas que vêm a ter leucemia já têm alterações genéticas aquando do nascimento”.

 
Esta notícia é da autoria do Jornal i.

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